25.12.06

For the Godfather of the Soul..

Sincronicidade, diria Doctor Jung.. Acordo no dia de Natal e, para acompanhar a leitura diária do jornal, coloco para tocar o Live at the Apollo, vol. 1.. Somente à tarde, ao chegar a redação, descubro que James Brown Is Dead..

The Godfather of the Soul, o inventor do funk.. Lembro da emoção de ter encontrado, num sebo de São Paulo, a caixinha quádrupla Star Time, minha introdução ao universo do Soul Brother Nº 1.. Todo mundo sabe quem é o cara, mas poucos param realmente para ouvi-lo.. Esqueçam Sex Machine e I Feel Good.. O melhor do funk do The hardest work man in show business é paranóico, repetitivo, quebrado, nada palatável.. O hip-hop e a música eletrônica estão contidas ali, embrionariamente, nas suas células rítmicas em loop.. Ouçam Get Up, Get Into It And Get Involved, a minha favorita, sete minutos de pura combustão política-musical que dá aquela vontade de sair para a rua e quebrar tudo, assim como fazem White Riot, do Clash, ou Fight The Power, do Public Enemy..

E, se ficou famoso como o inventor do funk, Brown também era um puta cantor de soul, como é possível ouvir no lendário Live at the apollo, injentando o que Iggy Pop definiu como raw power em baladas açucaradas.. Os 10 minutos de Lost Someone são mágicos, com os improvisos vocais de Brown levando o público (e o ouvinte) a um frenesi catártico..

A obra do Mr. Dynamite é vasta e irregular, mas versátil.. Há a trilha sonora estilo blaxpoitation de Black Caesar, o crooner de Gettin' Down To It, e os ritmos latinos que pipocam aqui e ali por entre funks e proto-discos do álbum Hell.. Rest in Peace, man!

Um comentário:

Anônimo disse...

Say it loud, I'm black and I'm proud! Vai fazer falta mesmo.

Jingle all the way!