15.1.06

Break

Sumi, né, eu sei.. Sorry.. Tem coisas demais acontecendo na minha vida.. Pode ser a lua cheia ou "o ano dos capricornianos regido por Saturno", ou coisa parecida, que ouvi por aí.. Estou sem inspiração, por isso volto quando toda essa loucura acabar.. See ya!

3.1.06

Victorialand parte 5

Antes que me assemelhe a um camarão descascando, dou um tempo na praia e tiro o dia para conhecer a simpática cidade de Vitória.. Limpa, bem-conservada, a capital capixaba peca no extremo mau-gosto de sua arquitetura: as sedes do Tribunal de Justiça e da Assembléia Estadual, vistas na chegada da cidade, são prédios feios de doer.. Uma passada pelos sebos do centro rendem discos do Hyldon (Deus, a natureza e a música), do Theddy Corrêa (Loopcínio) e do Bloco Vomit (Never mind the bossa nova..) a preços módicos..

No roteiro, o Teatro São Rafael, prédio do início do século passado, com três andares de galerias e detalhes em art déco e art nouveau.. Em frente, uma aconchegante pracinha chamada Costa Pereira.. No Museu de Arte do Espírito Santo, a exposição Escultura brasileira - do bronze à dimensão planar.. Duas peças me encantam: Portadora de perfumes (1923), de Victor Brecheret, e Menina e moça (1914), de José Otávio Correia Lima: a primeira é imensa, deve ter uns 3m e é de uma perfeição clássica.. A segunda é meio diabólica, de cerca de 1,20m, uma menina com cara de danada que, de tão perfeita, parece que vai sair andando..

O percurso continua: Palácio Anchieta, sede do governo meio sem graça, Parque Moscovo, pequeno mas simpático espaço concebido no início do século XX.. Para babar mesmo, a Catedral Metropolitana, uma imensa igreja em estilo gótico, com torres pontiagudas e tudo, mas cujo interior é simples, sem aquela pompa e riqueza que encontramos nas igrejas baianas ou pernambucanas, mas onde se destacam os lindos vitrais multicoloridos.. Uma cidade que vale a visita..

Victorialand parte 4

Seguindo o ditado de meu pai - "visita é como peixe na geladeira, depois de três dias começa a feder" - deixo o apartamento de minha amiga e me mudo para um albergue no Coqueiral de Itaparica.. O quarto tem o essencial: duas camas estreitas, uma micro-televisão e um banheiro.. O café-da-manhã é dispensável: margarina e suco Tang que só são servidos até as 9 da matina.. O albergue fica a dois quarteirões de uma praia bem popular, mas que é bonitinha e tem água limpa.. O bairro hospeda a putaria de Vila Velha, um passeio pelas redondezas confirma: boate Scorpions, Karokê 20 Cantar (olha que nome sugestivo), vários motéis baratos e uma Assembléia de Deus para salvar a alma das jovens pecadoras.. Pedro Juan Gutierrez iria adorar!! Mas há tudo o que um homem precisa no quarteirão: um supermercado, uma padaria com café expresso e uma Lan House..

Reencontro com um antigo amigo: o cara é um ex-punk, fanático por Smiths, que se converteu ao islamismo, além de ser procurador da prefeitura de Vitória e usar um cachimbo na tentativa de parar de fumar.. Ele me leva para jantar, junto com a esposa, na Barra do Jacú, uma praia próxima de surfistas.. O lugar se chama Esperando-Maré e nos servem um talharim com frutos do mar divino: só eu comi três lagostas e muitos camarões rosas.. Muito mais do que o sabor, é a sensação de poder e a pouca frequência em poder degustar essas especiarias que fornecem a magia do prato.. Bom demais para um pobre desempregado!

Começo a me embrenhar nas páginas de No caminho de Swann, o primeiro de Proust da série Em busca do tempo perdido.. É uma escrita nem sempre palatável, mas da qual emerge um carrosel de sensações guiado pela memória do narrador-personagem, que se deixa levar por uma espécie de associação livre.. Não dá vontade de largar..

2.1.06

Victorialand parte 3

Já foram três as vezes em que toquei por aqui.. Uma roubada pior que a outra.. A primeira foi há uns dois anos, num lugar bacana chamado Pub.. Éramos três: Taylor, eu e uma mocinha de Sampa.. O DJ nativo mandou super-bem, rock alternativo, dando a deixa para a minha sessão de electro e electroclash.. Quando subo para a cabine, a descoberta: o fone não funcionava e o mixer, mal e porcamente.. O desespero foi completo.. Toquei no escuro e a pista nem entendia direito o que era aquilo que saia das caixas, muitos achavam que era funk carioca.. Nada me restava a não ser encher a cara e pular junto.. No final, tudo deu certo e fui até aplaudido ao passar a bola para a paulistinha meio metida.. Depois me contaram que fui o primeiro a tocar electro por essas bandas.. Pioneirismo é isso aí!

Bem, a noite de electroclash na praia a dois real foi assim: liguei para o produtor e combinamos que eu dar uma palhinha por volta das 10 da noite, quando o público estivesse chegando, e depois voltaria para tocar à meia-noite.. Chego lá pouco antes das dez e descubro que as CDJs estavam em outra festa e só chegariam depois das 1:00.. Um dos DJs me explica que, por volta desses horário, eles normalmente começavam a mandar rock'n'roll.. Ok, tudo bem, pensei, voltei para o apartamento e trouxe os meus CDs de rock.. O lugar era bonitinho, área nobre de Vitória, bom público, apesar de me contarem que, normalmente, enchia mais.. Toca o primeiro DJ (o produtor), as CDjs chegam, toca o segundo, já são mais de duas da manhã e nada de me deixarem entrar.. Começo a ficar meio puto, desrespeito, né? .. Quando o tal do Kalunga começa a esvaziar a pista mandando um d'n'b, perco a paciência.. Aproveito que ele dá uma corrida para o banheiro e assumo, na marra, as pick-ups.. O produtor fica puto.. Mando um pouquinho de eletrônico e parto para o rock na tentativa de segurar o que sobrava da pista, o que consigo parcialmente.. O chato era ter que aquentar, de cinco em cinco minutos, algum tranceiro do inferno perguntando: "e aí, não vai rolar um psy não?".. Meu saco já estava cheio e dou uma despirocada.. O produtore chega, "gentilmente", e me avisa que aquela é a última música.. Quando vou ver, ele já tinha desligado uma das CDJs.. Aí é demais: volto a ligar o equipamento e toco mais um pouco até acabar com a pista de vez.. Ah , e por tudo isso o meu "pagamento" foram duas cervejas.. Demais, né?

Festa de ano-novo , coisa pequena, mais uma reunião entre amigos.. Todos tem direito a um set de meia-hora num equipamento improvisado: um 3X1 CCE, um discman e uma mesinha de som.. Ok, entro no clima e começo a minha parte com um samba-rock para continuar naquele clima festivo de ano-novo.. Três músicas depois, as caixas de som estouram!! Desisto! É melhor ir para a praia..