25.11.06

Music & Wine..




Deve ser o efeito da releitura do Alta-Fidelidade... Há dias uma coletânea dupla da Aretha Frankilin não para de rodar no meu aparelho de som... Engraçado, não sou um cara que vai atrás da música pop perfeita, meu negócio sempre foi mais, hum..., "vanguarda"... Deixa eu tentar explicar: no rock'n'roll, acho que existem três tipos de pessoas: aquelas que preferem, Beatles, Stones ou Velvet Underground...

Me incluo na terceira categoria, o que define, por exemplo, o fato de nunca ter me ligado muito nas grandes cantoras de jazz ou em coisas como Oasis e o hard rock: sinto falta da experimentação, do ruído, da transgressão, enfim, daquilo que Lou Redd e John Cale ensinaram aos Stooges, à Patti Smith, ao Bowie e, por tabela, aos punks, pós-punks e por aí a fora... Por isso gosto de Bauhaus, Nick Cave e otras cositas que as pessoas, em geral, abominam...

Em contradição, desde os 15 anos sou um apaixonado por soul music... Na minha lista de 10 grandes discos de todos os tempos, não poderia faltar What's Going On, do Marvin Gaye... E muito menos The Dock of the Bay, do Otis Reeding... Al Green estaria bem cotado também (lembro que fiz até uma festa com o nome de uma canção dele: Love & Happiness... Foi um fracasso tão grande que recebi até ameças de ser esfaqueado por um coroa cabeludo que queria que eu tocasse Deep Purple, mas resisti bravamente :]...

Confesso que ignorei esse tempo todo a Lady Soul... Sorte que o tempo redime os pecados e estou pagando esse feliz, de joelhos ao pé daquela que ensinou às mulheres, ainda em 1967, a exigirem Respect... Basta ouvir Day Dreaming, o melhor deep house já feito, 2 décadas antes que o estilo fosse inventado... "Hey baby / let's get away / let's go some place, huh? Where? I don't care"... Aretha cumpre o que promete e makes your mind floats away... Para onde? Não sei, mas eu queria dar uma passada lá num sábado à noite com uma garrafa de vinho...

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