7.11.06

Fetiches da velha ordem..

Era um objeto inacessível.. A capa branca minimalista, estilo Factory, o disco duplo.. Um amigo da minha irmã estava com ele, mas não quis emprestá-lo.. Eu tinha 12, 13 anos e esse cara era o máximo do cool para mim: repetente, fumante, estava sempre usando o redley e a mochila da Company preta, clássica.. Substance: todos os hits estavam lá, aqueles que animavam a Serestinha, a festa mensal que rolava na igreja do lago norte.. Santa alma cristã aquela, que permitiu os primeiros embalos da adolescência regados a guaraná, pipoca, cachorro-quente, música lenta e as onipresentes Bizarre Love Triangle, The Perfect Kiss, True Faith.. Não achei para comprar, tive que me contentar com o Technique, comprado lá na Sears, meu disco favorito deles até hoje..

Joy Division veio depois, com 15 anos.. Era aniversário de uma amiga, com quem começava a descobrir os clássicos do pós-punk e do rock.. Comprei o Still (capa cinza, também minimalista) para ela e ainda levei um Black Sabbath para mim.. Ian Curtis bateu, forte e a amiga acabou sendo presenteada com um clássico do heavy metal.. A minha banda se chamava Dead Souls, faixa 9 do CD..

Veio o Closer, vinil, comprado num sebo.. O disco não identificava os lados 1 e 2, mas, sempre, sempre que era colocado na pick-up, começava por Heart and Soul.. Nunca entendi isso.. Essa pequena magia deve ser responsável por, até hoje, nunca ter comprado a versão em CD..

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