27.11.06

Amassando barro..

A cena eletrônica de Bsb, há tempos, anda uma merda... Poucas festas, poucas atrações de fora, nem o BMF tivemos esse ano... Somente o trance (mais especificamente, o psy) parece estar à salvo da crise... E lá se foi o Doctor Fróes, em pleno domingo, conferir o que anda rolando nas raves candangas...

Não estava escrito no convite mas, para entrar, era preciso estar trajando uma bermuda estampada, usar correntes grossas no pescoço (um colar de feira hippie também servia), ter quinze anos de idade ou o tempo equivalente em academias de ginástica trabalhando seus músculos... Para as mulheres, bastava uma micro-saia, botas-plataforma e decotes, generosos decotes (com as indefectíveis barriguinhas de fora)... A testosterona em excesso provoca efeitos colaterais como: 1) brigas; 2) aquele clima de azaração à la Micarê...

Estamos todos aqui para ver o Skazi, a estrela do psy... Mas, antes que o israelense assuma as CDJs, chama a atenção a "qualidade" da produção... A iluminação é fraca, pobre que só ela... Alguns muitos reais a mais me dão o direito ao camarote... Ser VIP aqui é ficar na LATERAL do palco, ATRÁS das caixas de som, enquanto o bar com as bebidas liberadas está longe, muito longe, e para se chegar lá é preciso percorrer tortuosos caminhos que incluem duas escadas (uma delas foi fechada no final da noite sob risco de desabamento)... Genial, não?

Antes da estrela da festa, aquela picaretagen típica dos DJs de psy, vinda de um sujeito mais preocupado em esvaziar uma garrafa de Ballantine's: uma música atrás da outra, sem mixagem, afinal, é tudo igual mesmo, a cavalaria que nunca chega, não é? Graças a Shiva que não...

Skazi, o cabeludo tampinha com pinta de pop star, sabe tocar, e dosar o seu set: algumas músicas tem os timbres típicos do techno do começo da década de 90, à la Altern 8 (reconheci o sampler de uma música antiga pacas chamada James Brown Is dead)... Há também algumas versões psy para outras coisas (rolou até um Placebo, mas não lembro qual)... E tem os hits do cara, como a versão para Out of Space (a do Prodigy é melhor, mas a do Skazi é bacana também) e Hit & Run...

Foi o suficiente para eu me acabar de dançar, "embalado" pela chuva que transformou tudo numa lama só, mas que foi insuficiente para gelar os ânimos... Na sequência, Ricca Amaral tocou um som mais dark, mais viajante, sem cair na mesmice... Nem um cigarro conseguia acender mais, encharcado... Mas ficaria lá amassando barro, feliz, por mais algumas horas caso o som não tivesse sido desligado antes das 23hs, provavelmente por causa da chuva intensa... Acho que a água levou embora um pouco do preconceito que eu tinha, o "elitismo" bobo de quem sempre quis estar no underground... Afinal, o importante é fechar os olhos e se jogar, não é? ... Quando é a próxima mesmo?

P.S: Blue Monday, me arrasto para o trabalho, o corpo dói, o banco do carro ainda está molhado... Mas o gostinho de quero mais continua...

5 comentários:

\o/ disse...

sem dúvida se jogar é preciso... mas amigo impressionante como eu leio um texto destes e NAO ENTENDO NADA além de dois parágrafos! o segundo e o último praticamente rsss. o resto é grego-russo-arcaico hahahahahhaha qta ignorancia oh ceus! bjao

Anônimo disse...

tá vendo?
vc escreve nossas piadas internas.. e ngm entende lhufas. Enquanto eu me acabo de rir.. :]
Pq amassar o barro foi um dos dias mais felizes da minha vida.
valeu :*

Anônimo disse...

Agora vc tá até virando tranceiro?! Ou melhor, psyceiro. Tô de cara :) Bem, nada como um dia atrás do outro para o garoto enxaqueca de outrora deixar mais um preconceito para trás. Acabe-se de dançar e continue na balada!!!
Beijos da Cibelle (eu não sei postar sem ser anônimo, dá muito trabalho...)

Anônimo disse...

Tu sabes que eu não gosto dessas coisas eletrônicas. Sou um xiita rock'n'roll, como uma amiga disse uma vez. Mas fiquei sabendo que o sul virou, do nada - pelo menos pra mim -, a meca para a música eletrônica. Todos os djs estão vindo morar aqui, tirar uma boa grana tocando para multidões.

Ainda curtindo o sul maravilha. Só que por mais um dia só. Não acredito que na sexta volto á vidinha ordinária de cidades...

berna beat disse...

"se joga", disse a pomba ao suicida