Te gustas Freud ou Jung?
Jogue as cartas: quer saber do passado ou futuro?
Conceitos mil: compulsão à repetição ou processo de individuação?
Quanto a mim, fico entre o
Sha La La La La La La La La Sha La De Dah
e o
Dang a Lang a Lang Dang a Lang a Lang a Lang Dang
Um presente, o presente, me bastam...
28.11.06
Crítica besta..
"Um soco no estômago"... "Um retrato nu e cru da realidade"... Qualquer um desses chavões pode ser usado para falar do novo filme do Claúdio Assis, Baixio das Bestas... As críticas vocês podem ler em qualquer lugar que esteja cobrindo o Festival de Cinema de Brasília... Eu só quero deixar um registro: tenho pena desse que é um dos mais talentosos cineastas da nova geração... Ele olha para o mundo e não consegue ver nada além da miséria, da crueldade, da podridão humana... Parece acreditar que, após Auschwitz, não é mais possível escrever poesia... E seu filme não serve para nada, nem como reflexão, nem como denúncia... É reacionário pois acredita que as coisas são assim e assim permanecerão sendo, sem redenção nem possibilidade de mudanças... É, enfim, anti-humanista...
P.S: "O filme é do caralho"
27.11.06
Amassando barro..
A cena eletrônica de Bsb, há tempos, anda uma merda... Poucas festas, poucas atrações de fora, nem o BMF tivemos esse ano... Somente o trance (mais especificamente, o psy) parece estar à salvo da crise... E lá se foi o Doctor Fróes, em pleno domingo, conferir o que anda rolando nas raves candangas...
Não estava escrito no convite mas, para entrar, era preciso estar trajando uma bermuda estampada, usar correntes grossas no pescoço (um colar de feira hippie também servia), ter quinze anos de idade ou o tempo equivalente em academias de ginástica trabalhando seus músculos... Para as mulheres, bastava uma micro-saia, botas-plataforma e decotes, generosos decotes (com as indefectíveis barriguinhas de fora)... A testosterona em excesso provoca efeitos colaterais como: 1) brigas; 2) aquele clima de azaração à la Micarê...
Estamos todos aqui para ver o Skazi, a estrela do psy... Mas, antes que o israelense assuma as CDJs, chama a atenção a "qualidade" da produção... A iluminação é fraca, pobre que só ela... Alguns muitos reais a mais me dão o direito ao camarote... Ser VIP aqui é ficar na LATERAL do palco, ATRÁS das caixas de som, enquanto o bar com as bebidas liberadas está longe, muito longe, e para se chegar lá é preciso percorrer tortuosos caminhos que incluem duas escadas (uma delas foi fechada no final da noite sob risco de desabamento)... Genial, não?
Antes da estrela da festa, aquela picaretagen típica dos DJs de psy, vinda de um sujeito mais preocupado em esvaziar uma garrafa de Ballantine's: uma música atrás da outra, sem mixagem, afinal, é tudo igual mesmo, a cavalaria que nunca chega, não é? Graças a Shiva que não...
Skazi, o cabeludo tampinha com pinta de pop star, sabe tocar, e dosar o seu set: algumas músicas tem os timbres típicos do techno do começo da década de 90, à la Altern 8 (reconheci o sampler de uma música antiga pacas chamada James Brown Is dead)... Há também algumas versões psy para outras coisas (rolou até um Placebo, mas não lembro qual)... E tem os hits do cara, como a versão para Out of Space (a do Prodigy é melhor, mas a do Skazi é bacana também) e Hit & Run...
Foi o suficiente para eu me acabar de dançar, "embalado" pela chuva que transformou tudo numa lama só, mas que foi insuficiente para gelar os ânimos... Na sequência, Ricca Amaral tocou um som mais dark, mais viajante, sem cair na mesmice... Nem um cigarro conseguia acender mais, encharcado... Mas ficaria lá amassando barro, feliz, por mais algumas horas caso o som não tivesse sido desligado antes das 23hs, provavelmente por causa da chuva intensa... Acho que a água levou embora um pouco do preconceito que eu tinha, o "elitismo" bobo de quem sempre quis estar no underground... Afinal, o importante é fechar os olhos e se jogar, não é? ... Quando é a próxima mesmo?
P.S: Blue Monday, me arrasto para o trabalho, o corpo dói, o banco do carro ainda está molhado... Mas o gostinho de quero mais continua...
Não estava escrito no convite mas, para entrar, era preciso estar trajando uma bermuda estampada, usar correntes grossas no pescoço (um colar de feira hippie também servia), ter quinze anos de idade ou o tempo equivalente em academias de ginástica trabalhando seus músculos... Para as mulheres, bastava uma micro-saia, botas-plataforma e decotes, generosos decotes (com as indefectíveis barriguinhas de fora)... A testosterona em excesso provoca efeitos colaterais como: 1) brigas; 2) aquele clima de azaração à la Micarê...
Estamos todos aqui para ver o Skazi, a estrela do psy... Mas, antes que o israelense assuma as CDJs, chama a atenção a "qualidade" da produção... A iluminação é fraca, pobre que só ela... Alguns muitos reais a mais me dão o direito ao camarote... Ser VIP aqui é ficar na LATERAL do palco, ATRÁS das caixas de som, enquanto o bar com as bebidas liberadas está longe, muito longe, e para se chegar lá é preciso percorrer tortuosos caminhos que incluem duas escadas (uma delas foi fechada no final da noite sob risco de desabamento)... Genial, não?
Antes da estrela da festa, aquela picaretagen típica dos DJs de psy, vinda de um sujeito mais preocupado em esvaziar uma garrafa de Ballantine's: uma música atrás da outra, sem mixagem, afinal, é tudo igual mesmo, a cavalaria que nunca chega, não é? Graças a Shiva que não...
Skazi, o cabeludo tampinha com pinta de pop star, sabe tocar, e dosar o seu set: algumas músicas tem os timbres típicos do techno do começo da década de 90, à la Altern 8 (reconheci o sampler de uma música antiga pacas chamada James Brown Is dead)... Há também algumas versões psy para outras coisas (rolou até um Placebo, mas não lembro qual)... E tem os hits do cara, como a versão para Out of Space (a do Prodigy é melhor, mas a do Skazi é bacana também) e Hit & Run...
Foi o suficiente para eu me acabar de dançar, "embalado" pela chuva que transformou tudo numa lama só, mas que foi insuficiente para gelar os ânimos... Na sequência, Ricca Amaral tocou um som mais dark, mais viajante, sem cair na mesmice... Nem um cigarro conseguia acender mais, encharcado... Mas ficaria lá amassando barro, feliz, por mais algumas horas caso o som não tivesse sido desligado antes das 23hs, provavelmente por causa da chuva intensa... Acho que a água levou embora um pouco do preconceito que eu tinha, o "elitismo" bobo de quem sempre quis estar no underground... Afinal, o importante é fechar os olhos e se jogar, não é? ... Quando é a próxima mesmo?
P.S: Blue Monday, me arrasto para o trabalho, o corpo dói, o banco do carro ainda está molhado... Mas o gostinho de quero mais continua...
25.11.06
Music & Wine..
Deve ser o efeito da releitura do Alta-Fidelidade... Há dias uma coletânea dupla da Aretha Frankilin não para de rodar no meu aparelho de som... Engraçado, não sou um cara que vai atrás da música pop perfeita, meu negócio sempre foi mais, hum..., "vanguarda"... Deixa eu tentar explicar: no rock'n'roll, acho que existem três tipos de pessoas: aquelas que preferem, Beatles, Stones ou Velvet Underground...
Me incluo na terceira categoria, o que define, por exemplo, o fato de nunca ter me ligado muito nas grandes cantoras de jazz ou em coisas como Oasis e o hard rock: sinto falta da experimentação, do ruído, da transgressão, enfim, daquilo que Lou Redd e John Cale ensinaram aos Stooges, à Patti Smith, ao Bowie e, por tabela, aos punks, pós-punks e por aí a fora... Por isso gosto de Bauhaus, Nick Cave e otras cositas que as pessoas, em geral, abominam...
Em contradição, desde os 15 anos sou um apaixonado por soul music... Na minha lista de 10 grandes discos de todos os tempos, não poderia faltar What's Going On, do Marvin Gaye... E muito menos The Dock of the Bay, do Otis Reeding... Al Green estaria bem cotado também (lembro que fiz até uma festa com o nome de uma canção dele: Love & Happiness... Foi um fracasso tão grande que recebi até ameças de ser esfaqueado por um coroa cabeludo que queria que eu tocasse Deep Purple, mas resisti bravamente :]...
Confesso que ignorei esse tempo todo a Lady Soul... Sorte que o tempo redime os pecados e estou pagando esse feliz, de joelhos ao pé daquela que ensinou às mulheres, ainda em 1967, a exigirem Respect... Basta ouvir Day Dreaming, o melhor deep house já feito, 2 décadas antes que o estilo fosse inventado... "Hey baby / let's get away / let's go some place, huh? Where? I don't care"... Aretha cumpre o que promete e makes your mind floats away... Para onde? Não sei, mas eu queria dar uma passada lá num sábado à noite com uma garrafa de vinho...
24.11.06
"Pequenas doses de alegria e prazer"
19.11.06
Movin' On Up..
Nação Zumbi na UnB.. Teenagers, freaks e marombas garantem um bom público.. Antes que os tambores do Casa de Farinha comecem a esquentar, corro para a tenda eletrônica.. Oblongui e seu sensual house estão lá, fazendo bonito.. Bom gosto e músicas sem afetação me fazem até esquecer que nem sou chegado assim em house..
Começa o Nação.. Jorge Du Peixe nem é desafinado como imaginava, segura os vocais sem problema.. O set-list privilegia músicas do novo disco Futura e daqueles gravados já sem o Chico Science.. Tudo muito ok mas, sorry, eu quero mesmo é me acabar de dançar.. Largo os mangue boys no palco e vou ver Isn't e The Six.. Expectativa: nossos últimos encontros foram marcados por desconfiança e decepção..
Os enfant terribles da cena eletrônica candanga agora tocam de laptops.. Com isso, perderam o lado performático que era um de seus diferenciais.. As "não-passagens", o corte-seco e arbitrário entre uma música e outra foi substituído por uma mixagem meia-boca feita pelo computador.. Definitivamente, eles não tem a manha para isso..
Mas, tudo isso fica em segundo plano por conta do novo set deles.. Saíram os electroclashs e bootlegs que já haviam torrado a paciência de qualquer um e que transformava qualquer festinha em pista da Garagem.. Um mix de breakbeat, electro e minimal techno - sem frescura, sem vocais, sujo e pesado - fizeram a alegria desse pobre corpo sedendo de movimento.. Só não foi perfeito porque a cerveja acabou às 4 da matina e, às 4:30, acenderam as luzes da pista.. Deve ser porque os alunos da UnB tem que acordar cedo para pegar uma "cachu" no dia seguinte..
Começa o Nação.. Jorge Du Peixe nem é desafinado como imaginava, segura os vocais sem problema.. O set-list privilegia músicas do novo disco Futura e daqueles gravados já sem o Chico Science.. Tudo muito ok mas, sorry, eu quero mesmo é me acabar de dançar.. Largo os mangue boys no palco e vou ver Isn't e The Six.. Expectativa: nossos últimos encontros foram marcados por desconfiança e decepção..
Os enfant terribles da cena eletrônica candanga agora tocam de laptops.. Com isso, perderam o lado performático que era um de seus diferenciais.. As "não-passagens", o corte-seco e arbitrário entre uma música e outra foi substituído por uma mixagem meia-boca feita pelo computador.. Definitivamente, eles não tem a manha para isso..
Mas, tudo isso fica em segundo plano por conta do novo set deles.. Saíram os electroclashs e bootlegs que já haviam torrado a paciência de qualquer um e que transformava qualquer festinha em pista da Garagem.. Um mix de breakbeat, electro e minimal techno - sem frescura, sem vocais, sujo e pesado - fizeram a alegria desse pobre corpo sedendo de movimento.. Só não foi perfeito porque a cerveja acabou às 4 da matina e, às 4:30, acenderam as luzes da pista.. Deve ser porque os alunos da UnB tem que acordar cedo para pegar uma "cachu" no dia seguinte..
Little Fluffy Clouds..
Curto um final de tarde no CCBB, momento especial para quem tem passado os últimos muitos meses enfurnado numa redação ou num ministério.. Exposição do Anish Kapoor, vale a pena, mas não recomenda-se o uso de psicotrópicos, já que a experiência sensorial provocada pelas obras já é forte o suficiente para alterar seu estado de consciência.. Deitado num banquinho do jardim, fico tentando lembrar de algum célebre poeta que tenha conseguido descrever as nuvens.. Só penso em algodão-doce.. No máximo, generosas porções de chantilly..
Concorrência desleal..
15.11.06
I fell in love one day..
Há algo de muito errado com você quando, ao acordar, uma antiga música do Raul Seixas te vem à cabeça.. "Nada me interessa nesse instante", nem o estúpido VT sobre o pacote fiscal do governo, nem a sua repórter na TPM, you don't give a fuck.. E quando você para pra assistir ao sol nascer, sente como se a Bomba H estivesse caído bem aqui, nesse feliz rincão do Lago Norte... "Quando o calor do beijo seu / que procurando o meu / parecia pedir perdão pelo egoísmo".. Esse foi o seu sonho da noite passada.. O mundo parou, e ele é todo seu.. Enjoy!
14.11.06
Uh-uh-uh-uh-uh..
Run (não, eles não tocaram nada do Technique).. Corre, Dr. Fróes, o show já começou.. Perco as duas primeiras músicas, mas nada grave... Chego a tempo de ouvir Ceremony.. Nilson Nelson cheio, a qualidade do som é aquela clássica: uma maçaroca sonora onde não se escuta, adivinha-se as músicas.. Bernard Summers reclama um monte, com razão..
Ele é o típico gordinho tímido, um cara que apresenta assim a música título do novo disco: "it's about the sea".. O único vocalista que já vi em cima de um palco cantando com a mão no bolso.. Sem a guitarra, não sabe o que fazer.. Dá para entender o som da banda pela personalidade de seus músicos.. Peter Hook é a estrela, poser pacas.. Faz cara de mau, anda pelo palco, aponta para o público.. É o baixo que define as músicas, privilegiando sempre as notas mais agudas, enquanto a guitarra de Summers preenche os espaços, discreta e delicada..
As músicas do disco novo não empolgam.. Nas do Joy Division, fica impossível não pensar na ausência de Ian Curtis.. Summers ainda grita "DANCE" em Transmission, mas não há aquela angústia e desespero em sua voz.. Paralisado ao som de Atmosphere, por alguns instantes sinto um frio percorrer a espinha, conseguindo penetrar no vazio da sonoridade da banda de Manchester que morreu com o seu vocalista..
Mas, por que diabos eles agoram tocam músicas do Joy? Quando estavam no auge, era proibido até tocar no assunto em entrevistas.. Decadência? Não sei, mas é quando eles emendam os hits
True Faith - Bizarre Love Triangle - Temptation - The Perfect Kiss - Blue Monday, que vem a certeza de que eles não precisavam disso.. Durante essas cinco músicas, eu (e milhares de pessoas) fomos felizes, fechamos os olhos, cantamos uh-uh-uh-uh-uh em Temptation, ensaiamos passinhos, gritamos ao ouvir as batidas clássicas de Blue Monday e esquecemos o quão batida é Bizarre Love Triangle.. Não gostei do biz, nem de Love Will Tear Us Apart, mas já não importava mais.. Já havia valido a pena..
Ele é o típico gordinho tímido, um cara que apresenta assim a música título do novo disco: "it's about the sea".. O único vocalista que já vi em cima de um palco cantando com a mão no bolso.. Sem a guitarra, não sabe o que fazer.. Dá para entender o som da banda pela personalidade de seus músicos.. Peter Hook é a estrela, poser pacas.. Faz cara de mau, anda pelo palco, aponta para o público.. É o baixo que define as músicas, privilegiando sempre as notas mais agudas, enquanto a guitarra de Summers preenche os espaços, discreta e delicada..
As músicas do disco novo não empolgam.. Nas do Joy Division, fica impossível não pensar na ausência de Ian Curtis.. Summers ainda grita "DANCE" em Transmission, mas não há aquela angústia e desespero em sua voz.. Paralisado ao som de Atmosphere, por alguns instantes sinto um frio percorrer a espinha, conseguindo penetrar no vazio da sonoridade da banda de Manchester que morreu com o seu vocalista..
Mas, por que diabos eles agoram tocam músicas do Joy? Quando estavam no auge, era proibido até tocar no assunto em entrevistas.. Decadência? Não sei, mas é quando eles emendam os hits
True Faith - Bizarre Love Triangle - Temptation - The Perfect Kiss - Blue Monday, que vem a certeza de que eles não precisavam disso.. Durante essas cinco músicas, eu (e milhares de pessoas) fomos felizes, fechamos os olhos, cantamos uh-uh-uh-uh-uh em Temptation, ensaiamos passinhos, gritamos ao ouvir as batidas clássicas de Blue Monday e esquecemos o quão batida é Bizarre Love Triangle.. Não gostei do biz, nem de Love Will Tear Us Apart, mas já não importava mais.. Já havia valido a pena..
9.11.06
Enfim, o messias..
Diálogo entreouvido na discoteca 2001:
- Você viu? O João Gilberto teve um filho..
- Sério?
- É, e ele tá com 75 anos..
- Você viu? O João Gilberto teve um filho..
- Sério?
- É, e ele tá com 75 anos..
7.11.06
Fetiches da velha ordem..
Era um objeto inacessível.. A capa branca minimalista, estilo Factory, o disco duplo.. Um amigo da minha irmã estava com ele, mas não quis emprestá-lo.. Eu tinha 12, 13 anos e esse cara era o máximo do cool para mim: repetente, fumante, estava sempre usando o redley e a mochila da Company preta, clássica.. Substance: todos os hits estavam lá, aqueles que animavam a Serestinha, a festa mensal que rolava na igreja do lago norte.. Santa alma cristã aquela, que permitiu os primeiros embalos da adolescência regados a guaraná, pipoca, cachorro-quente, música lenta e as onipresentes Bizarre Love Triangle, The Perfect Kiss, True Faith.. Não achei para comprar, tive que me contentar com o Technique, comprado lá na Sears, meu disco favorito deles até hoje..
Joy Division veio depois, com 15 anos.. Era aniversário de uma amiga, com quem começava a descobrir os clássicos do pós-punk e do rock.. Comprei o Still (capa cinza, também minimalista) para ela e ainda levei um Black Sabbath para mim.. Ian Curtis bateu, forte e a amiga acabou sendo presenteada com um clássico do heavy metal.. A minha banda se chamava Dead Souls, faixa 9 do CD..
Veio o Closer, vinil, comprado num sebo.. O disco não identificava os lados 1 e 2, mas, sempre, sempre que era colocado na pick-up, começava por Heart and Soul.. Nunca entendi isso.. Essa pequena magia deve ser responsável por, até hoje, nunca ter comprado a versão em CD..
Joy Division veio depois, com 15 anos.. Era aniversário de uma amiga, com quem começava a descobrir os clássicos do pós-punk e do rock.. Comprei o Still (capa cinza, também minimalista) para ela e ainda levei um Black Sabbath para mim.. Ian Curtis bateu, forte e a amiga acabou sendo presenteada com um clássico do heavy metal.. A minha banda se chamava Dead Souls, faixa 9 do CD..
Veio o Closer, vinil, comprado num sebo.. O disco não identificava os lados 1 e 2, mas, sempre, sempre que era colocado na pick-up, começava por Heart and Soul.. Nunca entendi isso.. Essa pequena magia deve ser responsável por, até hoje, nunca ter comprado a versão em CD..
O eterno retorno (ou ziggy's playing at my head)
Sou eu de novo aqui, na Praça dos Três Poderes.. E a dúvida me atormenta: por que as mulheres não gostam de David Bowie? A chuva ameaça, a garoa cai... "Time takes a cigarette, puts it in your mouth".. Comprei esse disco com 15 anos.. Pulo de banco em banco como Val Kimer pagando de Jim Morrison, rider of the storm.. "You're too old to lose it, too young to choose it".. São quase 30.. Adoro Balzac, O pai Goriot.. Eu canto sim, nessa praça deserta.. Sou brasiliense, caralho, isso aqui me pertence.. Cha-cha-cha-cha-cha-chances.. O eterno retorno do Thin White Duke, "throwing darts in lovers eyes".. Eu, cego, mando torpedos.. "For my love is like the wind / and wild is the wind".. Tenho 18, 23, 25, 29 anos.. Prazer vê-lo novamente, Henrique... Are you a rock'n'roll suicide?
P.S: "Sexta agora, o New Order vai tocar Cerimony... Provavelmente também, Age of Consent.. Há chance deles tocarem Transmission.. Para mim, basta.."
P.S: "Sexta agora, o New Order vai tocar Cerimony... Provavelmente também, Age of Consent.. Há chance deles tocarem Transmission.. Para mim, basta.."
5.11.06
O novo do Caetano e o Superquadra
É fácil falar mal do cara, aliás, eu mesmo sou um adepto do nobre esporte de descer o cacete nele.. mas a curiosidade das boas resenhas me fez baixar (fala sério, ele não merece meus 40 contos) o novo disco chamado Cê.. E, vai saber se é por um momento particular, gostei... Ok, não é esse rock'n'roll todo, e a música de trabalho (Rocks) é uma merda.. Mas algumas músicas são tão cheias de tesão e libido que fica difícil não gostar.. "Mau como um pau duro" é esse Caetano, no auto-retrato da primeira música.. Vamos combinar que nesses tempos de acepcia hermaniana é um mérito e tanto.. Minha preferida é Homem: destenhando das qualidades femininas, como maternidade, sagacidade e fidelidade, ele arremata no refrão. "Só tenho inveja da longevidade/ e dos orgasmos múltiplos/ e dos orgasmos múltiplos/ eu sou homem/ pele solta sobre o músculo/ eu sou homem/ pêlo grosso no nariz".. Viva!!
Há tempos quero escrever algo sobre o show do Superquadra que vi na sala Martins Penna (deve ter uns dois meses).. Eu ainda me sentia meio viúva do Divine, mas, enfim, rolou a redenção.. O Cláudio Bull estava enfurecido, tendo como pano de fundo imagens disformes de gordos nus (salvo engano) da Louise Bourgeois.. Pensei num texto que começasse assim: "muitas bandas falam de garotas; outras, de trepadas; amor é tema fácil, batido, mas ainda assim o preferido. Mas só o Superquadra fala sobre o DESEJO".. Perdi o resto do texto nesse meio tempo e fico esperando o disco novo e os shows de lançamento para tentar reescrevê-lo.. Uma amiga ouviu algumas músicas no myspace (http://www.myspace.com/superquadra) e comparou ao Capital Inicial.. Achei engraçado, mas tem um fundo de verdade.. O Claudio Bull é o Dinho Ouro-Preto que saiu da punheta e sabe que a verdade é má como um pau-duro..
Há tempos quero escrever algo sobre o show do Superquadra que vi na sala Martins Penna (deve ter uns dois meses).. Eu ainda me sentia meio viúva do Divine, mas, enfim, rolou a redenção.. O Cláudio Bull estava enfurecido, tendo como pano de fundo imagens disformes de gordos nus (salvo engano) da Louise Bourgeois.. Pensei num texto que começasse assim: "muitas bandas falam de garotas; outras, de trepadas; amor é tema fácil, batido, mas ainda assim o preferido. Mas só o Superquadra fala sobre o DESEJO".. Perdi o resto do texto nesse meio tempo e fico esperando o disco novo e os shows de lançamento para tentar reescrevê-lo.. Uma amiga ouviu algumas músicas no myspace (http://www.myspace.com/superquadra) e comparou ao Capital Inicial.. Achei engraçado, mas tem um fundo de verdade.. O Claudio Bull é o Dinho Ouro-Preto que saiu da punheta e sabe que a verdade é má como um pau-duro..
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