18.1.07

Livrinho..

Sou fã do Mario Vargas Llosa.. Cheguei a seus livros graças a um antigo chefe, que praticamente me obrigou a ler Pantaleão e as Visitadoras.. Depois veio Tia Júlia e o Escrevinhador.. São dois dos livros mais divertidos que já passaram pelas minhas mãos.. Também li a autobiografia Peixe na água, sobre a sua derrotada candidatura à presidência do Peru.. Um hype dos cadernos literários me fez enfrentar o seu novo romance, Travessuras da menina má..

O barato do livro é a sua medicridade.. Aparentemente, seria um daqueles livros-síntese, que abordam toda uma geração, no caso, a que começa no Peru dos anos 50, passa pela Paris-sede dos revolucionários dos anos 60, da Londres hippie e contra-cultural do final da mesma década, vai a Tóquio, Madri, volta a Lima..

Nada disso: o narrador-personagem, Ricardito, o coisinha-à-toa, passa por todos esses momentos e lugares assim, à distância, quase de raspão.. Ele é apenas um tradutor cujo único objetivo na vida é morar em Paris.. E, pela ótica desse narrador, toda essa história perde a sua grandeza histórica, sua aura romântica, e se torna tão cotidiana e banal quanto a dos cafés que frequentava, do seu pequeno apartamento, das conferências chatas em que trabalhava.. Nem a história rocambolesca da Menina Má, a improvável mulher que aparece e some da vida de Ricardito durante todo esse percurso, empolga.. A escrita também é desinteressante, sem grandes frases, cenas.. E é só a partir do momento em que nos damos conta dessa mediocridade, originária do narrador, é que deixamos as expectativas de lado e começamos a curtir esse autêntico livrinho.. Foi bom enquanto durou, uma noite só..

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